Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniqüidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar. Miquéias 7.19


Autor: Incerto (Moises ou Salomão)
Data: Não especificada ( do séc. V ao II aC)

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Esboço de Jó
Introdução 1.1-2.13
Jó é consagrado e rico 1.1-5
Satanás desafia o caráter de Jó 1.6-12
Satanás destrói as propriedades e os filhos de Jó 1.13-22
Satanás ataca a saúde de Jó 2.1-8
Reação da esposa de Jó 2.9,10
A visita dos amigos de Jó 2.11-13
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I. Diálogo entre Jó e os seus três amigos 3.1-26.1
Clamor de desespero de Jó 3.1-26
Primeiro diálogo 4.1-14.22
... Elifaz repreende a Jó e afirma a Justiça de Deus 4:1-21
... Elifaz exorta a Jó a que busque a Deus 5:1-27
... Jó justifica as suas queixas 6:1-7:21
... Bildade refuta as palavras de Jó e justifica a Deus 8:1-22
... Jó confessa a justiça de Deus e pede alívio para a sua miséria 9:1-35
... Jó protesta contra a severidade de Deus 10:1-22
... Zofar repreende a Jó, mostra a sabedoria de Deus e exorta ao arrependimento 11:1-20
... Jó defende-se das acusações de seus amigos 12:1-25
... Jó acusa seus amigos de defenderem falsamente a Deus 13:1-28
...Jó roga ofavor de Deus por causa da brevidade e miséria da vida humana 14:1-22
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Segundo diálogo 15.1-21.34
... Elifaz acusa Jó de presunção 15:1-35
... Jó acusa seus amigos de falta de compaixão e misericórdia 16:1-17:16
... Bildade acusa Jó de presunção e impaciência 18:1-21
... Jó queixa-se da obstinação e dureza dos seus amigos 19:1-29
... Zofar descreve as calamidades que os ímpios sofrem 20:1-29
... Jó mostra que os ímpios muitas vezes gozam prosperidade nesta vida 21:1-34
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Terceiro diálogo 22.1-26.14
... Elifaz acusa Jó de diversos pecados e o exorta a não resistir ao Todo-Poderoso 22:1-30
... Jó deseja apresentar-se a Deus e confia na sua misericórdia 23:1-17
... Jó contesta que os ímpios, muitas vezes,ficam sem castigo nesta vida 24:1-25
... Bildade sustenta que o homem não pode, sem presunção,justificar-se diante de Deus 25:1-6
... Jó repreende Bildade e exorta o poder de Deus 26:1-14
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II.Discurso final de Jó aos seus amigos 27.1-31.40
... Jó sustenta sua integridade e sinceridade 27:1-23
... O homem tem ciência das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus 28:1-28
... Lamentação de Jó, ao lembrar-se do seu primeiro estado 29:1-25
... Jó descreve o estado miserável em que caiu 30:1-31
... Jó declara sua integridade nos seus deveres 31:1-40
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III. Eliú desafia Jó 32.1-37.24
... Eliú repreende Jó e a seus três amigos 32:1-22
... Eliú acusa Jó de se opor a Deus e de entender mal os seus caminhos 33:1-33
... Eliú acusa Jó de falar injustamente de Deus 34:1-37
... O bem e o mal não afetam a Deus, mas algumas vezes, por faltar fé aos aflitos, ele não os ouve 35:1-16
... Eliú justifica a Deus e diz a Jó que o seu pecado estorva a bênção divina 36:1-33
... O homem, por conhecer as obras de Deus e a sua sabedoria, deve temê-lo 37:1-24
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IV. Deus responde de um remoinho 38.1-41.34
... Deus responde a Jó e mostra-lhe sua grandeza e sabedoria 38:1-41:34
...... O primeiro discurso... Seu conhecimento 38:1-40:2
...... O sábio silêncio de Jó 40:3-5
...... O segundo discurso... Seu poder 40:6-41:34
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V. A resposta de Jó 42.1-6
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VI. Parte histórica final 42.7-17
... Deus manda os amigos de Jó ir ter com ele e oferecer sacrifícios 42:7-9
... Deus confere a Jó o dobro da prosperidade que tinha antes 42:10-17
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Autor
A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos antigos sábios, cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu autor.

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Data
Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal (cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés, acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Ouros acham que surgiu lá pelo séc. II aC. A maior parte dos conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela metade do séc. X aC.

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Conteúdo
A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentil. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de ?Shaddai? - o Todo Poderoso. (Há 30 referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida siminômade.
O Livro de Jó tem sido chamado de ?poema dramático de uma história épica?. Os caps 1-2 são um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás apresenta-se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo: ?Porventura, teme Jó a Deus debalde?? (1.9). Vai mais longe e sugere que se Jó perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá licença a satanás para provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, da sua família e, finalmente, da sua saúde. Mesmo assim, ?em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios? (2.10). Jó, então, é visitado por três amigos?Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta e Zofar, o naamatita; que ficam impressionados pela deplorável condição de Jó que permanecem sentados com Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.
A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio de Eliú a Jó. Os quatro homens tentam responder a pergunta: ? Por que sofre Jó?? Elifaz, argumentando a partir da sua experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam são punidos. Como Jó está sofrendo, obviamente pecou. Bildade, sustentando sua autoridade na tradição, sugere que jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas vieram, então Jó deve ter pecado. ?Se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti? (8.6). Zofar condena Jó por verbosidade, presunção, e pecaminosidade, concluindo que Jó está recebendo menos do que merece: ?Pelo que sabe Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade? (11.6)
Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é conseqüência direta do pecado, e a iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor de Deus a alguém pela prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender os caminhos de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição divina podem ir além da vida presente.
Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as sua tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo.
Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que prefere não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é: 1) ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação. 2) Mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.
Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se pensava de Deus durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de Deus foi se fazendo conhecida através da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram incompletas. Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um relato inspirado pelo ES dos incidentes como realmente aconteceram.
Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um remoinho. A resposta de deus não é uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, Deus procura tornar Jó mais humilde. Quando relemos a fala de Deus através do remoinho, tiramos três conclusões a respeito do sofrimento de Jó: 1) não aparece a intenção de se revelar a Jó a causa dos seus sofrimentos. Deus não podia, provavelmente, explicar alguns aspectos do sofrimento humano, no momento em que acontece, sem o risco de destruir o próprio objetivo que esse sofrimento é destinado a cumprir. 2) Deus se envolve com a realidade do ser humano: Jó e o seu sofrimento são suficientes que Deus fale com ele. 3) o propósito de Deus também era o de levar Jó a abrir mão da sua justiça própria, da sua defesa própria e sabedoria auto-suficiente, de forma que pudesse buscar esses valores em Deus.

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O Espírito Santo em Ação
Eliú, em seu debate com Jó , faz três declarações significativas sobre o papel do ES no relacionamento do povo com Deus. Em 32.8, declara que o nível de compreensão de uma pessoa não está relacionada à sua idade ou etapa de vida, mas é antes o resultado da operação do Espírito de Deus. O Espírito é o autor da sabedoria dando a cada um a capacidade de conhecer e tirar lições pessoais das coisas que acontecem na vida. Assim, conhecimento e sabedoria são bênçãos do Espírito aos homens.
O Espírito de Deus é também a fonte da própria vida (33.4). Se não fosse pela influência direta do Espírito, o homem como nós o conhecemos não teria chegado a existir. Assim foi na criação original do homem, e assim continua sendo. Eliú declara que a sua própria existência dá testemunho do poder criador do Espírito. O Espírito de Deus é o Espírito da vida.
Como o Espírito de Deus dá vida e sabedoria ao homem, ele também é essencial à própria continuidade da raça humana. Se Deus tivesse que desviar a sua atenção para outro lugar, se tivesse que retirar o seu Espírito-que-dá-vida deste mundo, certamente a história humana chegaria ao seu fim (34.14,15). A intenção de Eliú é deixar claro que Deus não é caprichoso nem egoísta, pois cuida do ser humano, sustenta-o de forma constante pela abundante presença do seu Espírito. Dessa forma, o Espírito Santo no livro de Jó é o criador e mantenedor da vida, conferindo ?lhe significado e racionalidade.

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