1 João
Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 90 dC
.
.
.
Esboço de 1º João
I.Introdução: O Propósito para Escrever
Jesus se manifestou de duas maneiras: (v1)Palavra e (v2)Vida Eterna,
Dois Motivos para escrever a Carta, v3-4
.
.
.
II. Condições para estar em Comunhão
A.Desejo de Andar na Luz ? Arrependimento, v5-7
Declaração maior: Deus é luz (=santidade), v5
Duas Afirmativas conseqüentes: (1)o falso e (2)o verdadeiro, v6-7
.
B.Confiança no perdão perfeito ? fé, 1:9-2:2
Todos cometemos pecados, 1:9-10
Um Apelo, Um Ensino, Uma Explicação, 2:1-2
.
.
.
III. Conseqüências (1) em Quem está na Comunhão, 2:3-26
A.Testemunho, v3-11
Quem conhece Jesus, dá testemunho, v3-6
O maior testemunho está em relação ao próximo, v7-11
.
B.Consagração, v12-17
O grande motivo para consagração: temos dívida com Jesus, v12
Outros motivos para consagração: crentes, pais e jovens, v13-14
Como acontece a Consagração, v15-17
.
C.Persistência, v18-26
persistência é uma marca em quem está na comunhão, v18-19
a ação da Graça para esta persistência, v20-21, 27-28
Persistência: (v22s)ante heresias, (v24ss)o que pregam aos salvos, v22-26
.
.
.
IV. Conseqüências (2) em Quem está na Comunhão, 2:29-3:24
A.Pureza Pessoal, 2:29-3:3
Tres motivos para querermos esta pureza, 2:29-3:2
Marca espontânea de quem está na comunhão, v3
.
B.Paz com Deus, v4-10
A Graça providenciou tudo para isto, v4-5
Quem está na Comunhão, não permanece no pecado, v6-9
Isto é uma das conseqüências principais de quem está na Comunhão, v10
.
C.Amor Fraternal, v11-18
Amor é sempre necessário e atual, v11-14
Amor é vivo e ativo, nunca passivo, v15-18
.
D.Confianças, v19-24
A Comunhão nos deixa aptos a elas, v19-20
Duas confianças fundamentais, v21-24
.
.
.
V. Conseqüências (3) em Quem está na Comunhão, 5:1-21
Amor pelos Irmãos, v1-3
Vitória Sobre o Mundo, v4-5
Presença do Espírito de Deus, v 6-12
Certeza de Vida Eterna, v13
Descanso na Oração, v14-15
Libertação de Pecados Habituais , v16-21
.
.
.
VI Cuidados de Quem está em Comunhão, 4:1-21
No Relacionamento com Heresias, v1-6
No Relacionamento com Deus, v7-10
No Relacionamento com o Próximo, v11-21
.
.
.
.
.
Autor e Receptores
Embora esta carta seja anônima, seu estilo e vocabulário indicam claramente que foi escrita pelo autor do Evangelho de Jo. Evidências internas também apontam João como o autor, e o antigo testemunho atribui, com unanimidade, a carta a ele.
A falta de especial dedicação e saudação indicam que a carta foi circular, provavelmente enviada à igrejas perto e Éfeso, onde João passou seus últimos dias.
Data
O peso de uma tradição antiga e forte sobre João ter passado seus últimos anos em Éfeso, junto com o fato do tom dos escritos sugerirem que se trata de um produto de um homem madura que passou por experiência espiritual profunda, apontam uma data próxima ao final do séc. I. Além disso, o caráter da heresia combatida na carta aponta para a mesma época, cerca de 90 dC.
Ocasião e Objetivo
João declara ter escrito para dar garantia da vida eterna àqueles que Crêem ?no nome do Filho de Deus (5.13). A incerteza de seus leitores sobre sua condição espiritual foi causada por um conflito desordenado com os mestre de uma falsa doutrina. João refere-se ao ensinamento como enganosos (2.26; 3.7) e aos mestre como ?falsos profetas? (4.1), mentirosos (2.22) e anticristos (2.18,22; 4.3). Eles um dia tinha estado com a igreja, mas tinha se afastado (2.19) e tinha se ?levantado no mundo? (4.1) para propagar sua perigosa heresia.
Heresia era um precursor do gnosticismo do séc. II, que ensinava que a matéria era essencialmente ruim e o espírito era essencialmente bom. O ponto de vista dualista fez com que os falsos mestres negasse a encarnação de Cristo e, portanto, a ressurreição. O verdadeiro Deus, ensinavam eles, nunca poderia habitar um corpo material de carne e sangue. Portanto, o corpo humano que Jesus supostamente possuiu não era real, mas apenas aparente. João escreveu vigorosamente contra esse erro (2.22-23; 4.3).
Eles também ensinavam que, como o corpo humano era um simples invólucro para o espírito interior, e como nada que o copo fizesse poderia afetar o espírito interno, as distinções éticas pararam de ser relevantes. Portanto, eles não tinham pecado, João responde esse erro com indignação (2.4,6,15-17; 3.3,7,9-10; 5.18).
?Gnosticismo? é uma palavra derivada do grego gnosis, que significa ?conhecimento?. Mais tarde, os gnósticos ensinavam a salvação através de esclarecimento mental, que acontecia somente para iniciados da elite espiritual, e não aos cristãos comuns. Em virtude disso, eles substituíram a fé pelas buscas espirituais e exaltaram a especulação mais do que os dogmas básicos do evangelho. Mais uma vez João reagiu energicamente (2.20,27), declarando que nãohá revelação particular reservada para alguns poucos intelectuais, e que todo o corpo de crentes possui a doutrina apostólica.
O objetivo de João ao escrever, então, era expor a heresia dos falsos mestres e confirmar a fé dos verdadeiros crentes.
Características
Existem grandes semelhanças entre eo Evangelho de Jo e 1Jo. O tom da epístola é amigável e paterna, refletindo a autoridade que a idade e o apostolado trazem. O estilo é informal e pessoal, revelando o relacionamento íntimo do apostolo com Deus e com o povo de Deus.
Conteúdo
Em primeiro lugar, João ressalta os temas do amor, luz, conhecimento e vida em suas advertências contra a heresia. Esses elementos repetem-se por toda a carta, sendo o amor a nota dominante. Possuir amor é evidência clara de que uma pessoa é cristã, e a falta de amor indica que a pessoa está nas trevas (2.9-11; 3.10-23; 4.7-21).
João afirma que Deus é a luz, e a comunhão com ele faz com que as pessoas caminhe em verdadeira comunhão com outros crentes. A comunhão com Deus e os irmãos permite que as pessoas reconheçam através da unção de Deus, a falsa doutrina e o espírito do anticristo.
A comunhão com Deus exige que se caminhe na luz e se obedeça aos mandamentos de Deus (1.6-7; 2.3,5). Aquele que ?pratica justiça é justo, assim como ele é justo? (3.7), enquanto ?qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus? (3.10). O amor ao Pai e o amor ao mundo são totalmente incompatíveis (2.15-17), e nenhuma pessoa nascida de Cristo tem o hábito de praticar o pecado (3.9; 5.18). Cristo é antítese do pecado, e ele se manifestou para tirar os nossos pecados (3.5).
O cap. 4 continua com o tema da identificação dos espíritos rivais - falsos profetas que saíram para o mundo (v.1). A fim de testar os espíritos, nos devemos encontrar quem eles reconhecem como salvador e senhor. Todos os espíritos que não reconhecem que Jesus é Deus em carne não é de Deus (v.3).
A epístola termina com o testemunho de Jesus, o Filho de Deus. Jesus é aquele que veio. O título técnico do Messias é ?aquele que havia de vir? ou ?aquele que veio? (Mt 11.3; 1Jo 5.6). João o identifica como aquele que veio pela água e pelo sangue, o Deus que veio e habitou entre nós, a palavra que tornou-se carne.
Cristo Revelado
João enfatiza tanto a divindade quanto a humanidade de Jesus, declarando que Deus entrou completamente na vida humana através dele. Um teste do Cristianismo é a crença correta sobre a encarnação (4.2,15; 5.1).
Jesus é nosso advogado junto ao Pai (2.1). O pecado não combina com a vida de um cristão; mas, se ele pecar, Jesus defende seu caso.
Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (2.2; 4.10).
Jesus também é o nosso Salvador, enviado por Deus para nos resgatar do pecado (1.7; 3.5; 4.14). Apenas através dele podemos alcançar a vida eterna (5.11,12).
João apresenta a segunda vinda de Jesus como um incentivo para que permaneçamos firmes na fé (2.28), e ele oferece a garantia de que nossa completa transformação à semelhança de Cristo acontecerá no momento de sua volta.
O Espírito Santo em Ação
João descreve um ministério triplo do ES nesta carta. Em primeiro lugar, o dom do Espírito que nos assegura que em nosso relacionamento com Cristo, tanto ele é fiel a nós (3.24) como nós somos fiéis a ele (4.13). Em segundo lugar, o ES testemunha a realidade da encarnação (4.2;5.6-8). Em terceiro, o Espírito guia os verdadeiros crentes a uma completa realização da verdade em relação a Jesus, que eles