Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas porque o tempo está próximo. Apocalipse 1.3.
Leitura na versão Nova Versão Internacional - Português
Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus.
4
Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: Por que este desperdício de perfume?
5
Ele poderia ser vendido por trezentos denários[59], e o dinheiro ser dado aos pobres. E a repreendiam severamente.
6
"Deixem-na em paz", disse Jesus. "Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo.
7
Pois os pobres vocês sempre terão com vocês, e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão.
8
Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento.
9
Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória.
10
Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus.
11
A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.
12
No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: "Aonde queres que vamos e te preparemos a refeição da Páscoa?"
13
Então ele enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: Entrem na cidade, e um homem carregando um pote de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no
14
e digam ao dono da casa em que ele entrar: O Mestre pergunta: Onde é o meu salão de hóspedes, no qual poderei comer a Páscoa com meus discípulos?
15
Ele lhes mostrará uma ampla sala no andar superior, mobiliada e pronta. Façam ali os preparativos para nós.
16
Os discípulos se retiraram, entraram na cidade e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. E prepararam a Páscoa.
17
Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze.
18
Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: "Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo".
19
Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: "Com certeza não sou eu!"
20
Afirmou Jesus: É um dos Doze, alguém que come comigo do mesmo prato.
21
O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido.
22
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo: "Tomem; isto é o meu corpo".
23
Em seguida tomou o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e todos beberam.
24
E lhes disse: Isto é o meu sangue da aliança[60], que é derramado em favor de muitos.
25
Eu lhes afirmo que não beberei outra vez do fruto da videira, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus.
26
Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
27
Disse-lhes Jesus: Vocês todos me abandonarão. Pois está escrito: "Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas"[61].
28
Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galiléia.
29
Pedro declarou: "Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei!"
30
Respondeu Jesus: "Asseguro-lhe que ainda hoje, esta noite, antes que duas vezes[62] cante o galo, três vezes você me negará".
31
Mas Pedro insistia ainda mais: "Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei". E todos os outros disseram o mesmo.
32
Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: "Sentem-se aqui enquanto vou orar".
33
Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado.
34
E lhes disse: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem".
35
Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora.
36
E dizia: "Aba[63], Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres".
37
Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. "Simão", disse ele a Pedro, "você está dormindo? Não pôde vigiar nem por uma hora?
38
Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
39
Mais uma vez ele se afastou e orou, repetindo as mesmas palavras.
40
Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer.
41
Voltando pela terceira vez, ele lhes disse: Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.
42
Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!
43
Enquanto ele ainda falava, apareceu Judas, um dos Doze. Com ele estava uma multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos.
44
O traidor havia combinado um sinal com eles: "Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele: prendam-no e levem-no em segurança".
45
Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: "Mestre!", e o beijou.
46
Os homens agarraram Jesus e o prenderam.
47
Então, um dos que estavam por perto puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha.
48
Disse Jesus: Estou eu chefiando alguma rebelião, para que vocês venham me prender com espadas e varas?
49
Todos os dias eu estive com vocês, ensinando no templo, e vocês não me prenderam. Mas as Escrituras precisam ser cumpridas.
50
Então todos o abandonaram e fugiram.
51
Um jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo Jesus. Quando tentaram prendê-lo,
52
ele fugiu nu, deixando o lençol para trás.
53
Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei.
54
Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Sentando-se ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo.
55
Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio[64] estavam procurando depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte, mas não encontravam nenhum.
56
Muitos testemunharam falsamente contra ele, mas as declarações deles não eram coerentes.
57
Então se levantaram alguns e declararam falsamente contra ele:
58
"Nós o ouvimos dizer: "Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos de homens"".
59
Mas, nem mesmo assim, o depoimento deles era coerente.
60
Depois o sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: "Você não vai responder à acusação que estes lhe fazem?"
61
Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu. Outra vez o sumo sacerdote lhe perguntou: "Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?"
62
"Sou", disse Jesus. "E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu."
63
O sumo sacerdote, rasgando as próprias vestes, perguntou: Por que precisamos de mais testemunhas?
64
Vocês ouviram a blasfêmia. Que acham? Todos o julgaram digno de morte.
65
Então alguns começaram a cuspir nele; vendaram-lhe os olhos e, dando-lhe murros, diziam: "Profetize!" E os guardas o levaram, dando-lhe tapas.
66
Estando Pedro embaixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali.
67
Vendo Pedro a aquecer-se, olhou bem para ele e disse: "Você também estava com Jesus, o Nazareno".
68
Contudo ele o negou, dizendo: "Não o conheço, nem sei do que você está falando". E saiu para o alpendre[65].
69
Quando a criada o viu lá, disse novamente aos que estavam por perto: "Esse aí é um deles".
70
De novo ele negou. Pouco tempo depois, os que estavam sentados ali perto disseram a Pedro: "Certamente você é um deles. Você é galileu!"
71
Ele começou a se amaldiçoar e a jurar: "Não conheço o homem de quem vocês estão falando!"
72
E logo o galo cantou pela segunda vez[66]. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: "Antes que duas vezes[67] cante o galo, você me negará três vezes". E se pôs a chorar.